COMUNICAÇÕES E RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Equipa Multidisciplinares
- A
equipa multidisciplinar é formada por um grupo de profissionais de uma área
qualquer (saúde, administração, etc.) que trabalham em conjunto a fim de chegar
a um objetivo comum.
- É
formada por vários profissionais que assistem diretamente os indivíduos:
médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais
e assistentes operacionais.
No
trabalho em equipa multiprofissional há a necessidade de uma inter-relação
entre os diferentes profissionais que devem ver o paciente como um todo, numa
atitude humanizada, e não trabalhar de forma isolada sua especialidade, e
compreendendo a necessidade real do paciente e de seus tutores naquele momento
ou caso específico.
Objetivos da equipa multidisciplinar
Diminuir
a desigualdade entre os profissionais de diferentes atuações na área de saúde
para consequentemente ocorrer a maior integração na equipa, havendo maior
possibilidade de interagirem em situações livres de submissão na busca de
consensos acerca da finalidade e do modo de executar o trabalho.
Principais caraterísticas que uma equipa multidisciplinar deve integrar para ter sucesso:
- Objetivos comuns;
- Clara definição de papéis;
- Respeito;
- Comunicação;
- Envolvimento;
- Competências e habilidades;
- Aptidão para funcionar como uma unidade e não como um grupo de indivíduos.
Aspetos positivos da equipa multiprofissional
- Articulação dos saberes e divisão
do trabalho
- Agir comunicativo
- Atenção integral à saúde
- Contato próximo com as famílias
Riscos problemas e dificuldades
Apesar dos benefícios apontados, algumas dificuldades e problemas têm sido identificados no seio de equipas multiprofissionais, nomeadamente:
- Intensa
divisão social e técnica do trabalho na área da saúde;
- Processo
de alta especialização e compartimentação do saber na formação académica dos
profissionais;
- A
crença de que competência de cada profissional isoladamente será suficiente
para a complexidade do atendimento das necessidades de saúde do doente e da
comunidade;
- Visão reducionista e fragmentada do ser humano;
- Ausência de comunicação entre os elementos integrantes da equipa;
- Alta rotatividade dos profissionais de saúde;
- Falta de supervisão, acompanhamento e formação;
- Hierarquia entre profissões e
competição no mercado de trabalho.
A comunicação da equipa multidisciplinar
A convivência social é um modo de se comunicar, pois ela é a respiração de uma sociedade, sendo também ressaltada como um processo de influências. A comunicação e o diálogo constituem-se como dimensões essenciais para a integração do trabalho em equipa.
Uma equipa representa, para além de
relações de trabalho, relações de saberes, poderes e principalmente, relações
interpessoais, o que configura duas dimensões de uma equipa: a articulação das
ações executadas pelos diversos profissionais que a compõem e a interação
destes agentes.
É imprescindível que a equipa
multiprofissional de saúde tenha em conta a importância da comunicação
interpessoal no contexto organizacional, pois é através dessa consciência
organizacional que poderá trabalhar a eficiência de seu relacionamento com o paciente
em meio hospitalar.
Modelos e Práticas na Saúde
Ao longo da História, diversos modelos de saúde têm ocupado, sucessivamente e, consoante o evoluir das civilizações, lugar de destaque na prática da Medicina e, de certa forma, também no papel crescente da Psicologia nesse domínio. Existem 3 modelos:
- Modelo
Biomédico;
É
o modelo vigente da actuação
na
saúde e é regido por variáveis biológicas que analisam o corpo como uma
máquina, através da
relação causa-efeito, minimizando aspectos sociais, psicológicos e as dimensões humanas da doença. É caracterizado por diagnósticos que determinam o modo de tratamento, monopolizado
pelo médico, no qual se privilegia a doença e não o doente.
- Modelo
Biopsicossocial;
Trata-se
de uma perspectiva
que
dá importância já não só aos aspectos
biológicos
da saúde humana, mas também a aspectos
psicológicos
e sociais. Passou
a
ter-se em conta o equilíbrio entre os diversos aspectos
inerentes
ao ser humano para conceptualizar a sua saúde, a sua doença e fundamentar as
tomadas de decisão relativamente ao processo terapêutico.
No
entanto, esta perspectiva
concebe
ainda o indivíduo como sendo passivo, pois o seu papel na sua própria saúde
termina no momento em que fornece ao técnico de saúde, informações do foro
social, psicológico e biológico.
- Modelo
Holista.
Visão do indivíduo como um todo e da saúde como subjectiva. De acordo com este modelo, o indivíduo tem um papel activo na sua saúde, cabendo ao técnico de saúde auxiliá-lo no processo de tratamento e levando a cabo iniciativas de educação para saúde.